O Brasil se despede de um dos grandes mestres da nossa cultura popular: Ubirajara Félix do Nascimento, o eterno Bira Presidente. Fundador do lendário bloco Cacique de Ramos e do grupo Fundo de Quintal, Bira não foi apenas um exímio tocador de pandeiro — foi um símbolo vivo do samba, um dos maiores responsáveis por transformar o ritmo em expressão nacional de resistência, alegria e identidade.
Com um sorriso sempre aberto e o pandeiro como extensão da alma, Bira levou o som das rodas de samba do subúrbio carioca aos quatro cantos do Brasil, renovando a linguagem musical do samba com instrumentos como o tantã, o repique de mão e o banjo, e abrindo caminho para que novas gerações encontrassem nesse ritmo o seu próprio lugar de fala e arte.
Seu legado é imenso. Vai muito além dos palcos: está nas quadras, nos terreiros, nas praças e nos corações de quem vive o samba como filosofia de vida. Bira era mais do que músico — era um embaixador da cultura brasileira, um homem íntegro, generoso, comprometido com a valorização da música popular e com a força do coletivo.
Hoje, o samba chora, mas também agradece.
Valeu, Bira Presidente! Obrigado por transformar batidas em história, por fazer do pandeiro uma bandeira e do Cacique de Ramos um templo da arte brasileira.
Seu som seguirá eterno — porque quem planta cultura, colhe eternidade.