Barbacena – Foi sancionada e publicada nesta terça-feira (24) a Lei nº 5.353, que declara como frase cultural do município o icônico bordão “Quando eu era criança pequena lá em Barbacena”. A iniciativa, de autoria do vereador Sandro Heleno da Silva Carvalho, reconhece o valor simbólico, histórico e afetivo dessa expressão tão presente no imaginário popular.
O bordão foi eternizado pelo personagem Joselino Barbacena, interpretado pelo ator e humorista Antônio Carlos Pires, na clássica Escolinha do Professor Raimundo, programa criado por Chico Anysio. Com seu humor peculiar, Joselino encantava os telespectadores ao iniciar suas histórias com o marcante “quando eu era criança pequena lá em Barbacena”, antes de mergulhar em lembranças inusitadas e cômicas.
Ao reconhecer oficialmente a frase como expressão cultural, Barbacena celebra não apenas uma identidade linguística, mas também o legado de um dos grandes nomes do humor brasileiro.
Quem foi Antônio Carlos Pires?
Antônio Carlos Pires (1927–2005) foi um ator e humorista que marcou época no rádio, cinema e televisão brasileira. Considerado um dos pioneiros do humor radiofônico, iniciou sua carreira na década de 1940 na Rádio Mayrink Veiga, passando depois pela Rádio Guanabara, onde também participou de radionovelas.
No cinema, estreou em 1953 no filme Santa de um Louco, e brilhou em diversas chanchadas populares, como O Primo do Cangaceiro e Os Mendigos.
Na televisão, ganhou grande notoriedade ao integrar o elenco da Escolinha do Professor Raimundo, onde criou o inesquecível personagem Joselino Barbacena.
Além da atuação, também trabalhou como produtor. Foi casado com a empresária Elza Marques Pires e é pai da consagrada atriz Glória Pires.
Antônio Carlos Pires enfrentou o Mal de Parkinson, o que dificultou sua carreira nos últimos anos, principalmente na memorização de textos. Faleceu em 28 de fevereiro de 2005, aos 78 anos, vítima de uma infecção generalizada.
Mesmo após sua partida (2005), seu talento e carisma seguem vivos no coração do público, e agora também no reconhecimento oficial de sua frase mais marcante como símbolo cultural de Barbacena.