Importância dos frutos nativos do cerrado é o tema do projeto premiado.
O projeto de extensão Árvores do Cerrado foi aprovado no Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do Projeto Rural Sustentável – Cerrado, que recebe recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido. A iniciativa conquistou a segunda colocação no ranking nacional, sendo contemplado com o valor máximo de R$ 200 mil. Coordenado pelo professor do Departamento de Ciências Exatas e Biológicas do Campus Sete Lagoas (Deceb-CSL), Júlio Onésio Ferreira de Melo, o projeto propõe a conscientização da população sobre a importância dos frutos nativos do cerrado, estimulando a exploração comercial de produtos derivados e ainda a preservação do bioma.
A proposta planeja o desenvolvimento de novos produtos utilizando a polpa do pequi, amêndoa do baru, polpa do araticum e polpa da cagaita, objetivando proporcionar uma fonte de renda às comunidades envolvidas e, consequentemente, a conservação das árvores do cerrado. Também propõe o aproveitamento dos resíduos agroindustriais desses frutos, como cascas e sementes, com intuito de agregar valor e aumentar a abrangência do projeto, atingindo todo o território nacional e o exterior.
De acordo com o professor Júlio Melo, a aprovação do Árvores do Cerrado pelo Rural Sustentável ocorreu pela importância e pelas características das atividades promovidas. “As ações desenvolvidas contemplam as áreas de extensão e de pesquisa, além de inovação tecnológica, uma vez que englobam a geração de riqueza, a conscientização das comunidades, a melhoria da qualidade de vida das pessoas e também a preservação do bioma”, explica.
O montante recebido será investido, ao longo de 22 meses, no desdobramento das atividades do projeto, incluindo a aquisição de equipamentos e materiais de consumo, além do pagamento de três bolsas, sendo uma de pós-doutorado e duas de desenvolvimento tecnológico. O Laboratório de Química e o Viveiro de Mudas do CSL estão entre as estruturas que receberão investimentos.
O coordenador destaca ainda que esse triunfo representa um reconhecimento à relevância do trabalho realizado pelo projeto de extensão, desenvolvido desde 2014, atualmente, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuí (IFMG-Bambuí), a Universidade Federal de Mato Grosso Campus Sinop (UFMT-Sinop) e a Universidade Federal do Pará – Campus Altamira (UFPA-Altamira). “Fiquei bastante emocionado com o resultado e surpreso com o valor a ser investido, principalmente devido às atuais restrições orçamentárias que vivemos. O projeto de extensão Árvores do Cerrado soma diversos resultados importantes que incluem a transferência de conhecimento e a concepção de alternativas de renda para as comunidades das regiões onde são promovidas suas atividades.”
O professor Júlio Melo enfatizou ainda o suporte recebido da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Prope) e da Reitoria da UFSJ, com as quais promoveu trabalho em equipe para levantar os documentos e informações necessários para efetuar a inscrição no edital do Projeto Rural Sustentável (PRS). “A conquista também só foi possível graças ao empenho dos dez bolsistas de iniciação científica, dos três bolsistas de extensão, das duas alunas de mestrado e dos três estudantes de doutorado envolvidos no projeto, completou.
A iniciativa
O edital PRS – Cerrado é voltado para a seleção de projetos inovadores de pesquisa e desenvolvimento focados na agricultura de baixa emissão de carbono e inovações tecnológicas, além do mercado em áreas do cerrado em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. A iniciativa busca pesquisas inovadoras que proporcionem no campo impactos positivos para a sociedade. Ao todo, 79 propostas foram apresentadas, das quais 20 foram aprovadas.
O PRS – Cerrado é financiado pela Cooperação Técnica BR-T1409 aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo como beneficiário institucional o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) é o responsável pela execução e administração técnica, financeira e fiduciária do projeto (Convênio BID – IABS ATN/LC-1708-BR). A Associação Rede ILPF, por meio da Embrapa, é a responsável pela coordenação científica e apoio às demais atividades executivas do projetoAAA.
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